A melhor piada do mundo.

Oi, gente!
Primeiramente muito obrigado pelos e-mails! Adoro ler cada comentário que recebo. Sinto que se puder modificar a vida de um só de vocês para melhor, então todo o blog já valeu a pena. E respondendo, tarde, mas respondendo: Não. O blog não foi abandonado! ❤

-x-

Necessito confessar que hoje a ansiedade tomou conta do meu corpo e da minha mente. Sem capacidade nenhuma de me concentrar e uma necessidade de simplesmente desaparecer do mundo, comecei a me desesperar por estar desesperado! Resolvi então sair e caminhar para relaxar a mente, numa tentativa frustrada de invadir meu cérebro de endorfinas, os cientistas ainda juram que funciona. Caminhei e caminhei talvez uma hora e meia. Me perdi nas ruas, me achei e voltei a me perder, um reflexo exato da minha vida! Cansado de me perder resolvi tomar um caminho que me levava a uma avenida cheia de restaurantes um coladinho ao outro. Andando pela avenida apreciando a descoberta e entre as mil juras de voltar e comer cada prato do menu de cada um daqueles restaurantes encontro uma lojinha de café artesanal -eu, amante do café – logo resolvi entrar. Era uma loja linda, dois pisos com mesas com uma distancia bastante considerável entre elas, sofás de dois lugares e poltronas, também tive a impressão de ver uma sala de reunião no segundo piso. Resolvi ir ao balcão experimentar um novo sabor. Minha surpresa ao saber que uma xícara de café custava R$25, paguei com R$50 e guardei meu troco com dor no coração e sabendo que no outro dia ia ter que economizar no almoço, mas fazer o quê? Era tarde demais para desistir do pedido e eu estava deslumbrado com o lugar .Tomei aquele café docinho e delicioso de preço amargo. Quase lambi o fundo da xícara! Ao terminar recorri o lugar e resolvi sair. Ainda desesperado, ainda frustrado e ainda reclamando da minha vida – que droga de vida!
Parado no final da calçada, na frente da porta da loja estava um homem com uma placa – modo elegante de chamar um pedaço de cartão rasgado com a frase “Por favor, me ajude” escrito e reforçado com a tinta azul do que poderia ser uma caneta Bic comum. Era um homem velho, é muito difícil dizer a idade exata porque as pessoas que vivem na rua são muito maltratadas pela vida e aparentam ter mais idade do que realmente tem, com a barba cheia de fios brancos, magro e um rosto triste, desesperançado. Não sei como, não
sei porque, mas meu único pensamento foi: “Ora, se eu pude pagar 25 reais num café, quanto realmente me custa ajudar alguém?”  Tirei 20 reais do bolso, coloquei na palma da minha mão e fechei a minha mão com a dele, para que ninguém que estivesse perto visse quanto era. Ele logo baixou os olhos, num ato de vergonha pela situação e eu sai, deixando 20 reais na mão dele.
bebe-gargalhadaSegundos mais tarde, escuto alguém rindo. Olho e vejo o homem cruzando pelo meu lado esquerdo e indo embora. Rindo! Rindo com vontade, como se tivessem contado a melhor piada do mundo. Como se alguém tivesse dado a melhor
notícia da vida dele.
As pessoas que estavam perto se viravam para ver o que tava acontecendo e entre as caras de medo, de susto e de repulsa o homem ia caminhando apressado e feliz, sem se importar com o que as pessoas pensavam dele. Meu coração parou meus olhos não podiam escapar daquele homem e a sensação de terem me derramado um balde de água fria percorreu todo meu corpo, da cabeça aos pés, seguida por uma sensação muito difícil de descrever, mas que eu poderia comparar com um carinho no rosto seguido de bom e forte tapa. Era a realidade. Mostrando que eu reclamava demais. Que eu exigia demais. Mostrando que minha necessidade era menos necessidade que a de outra pessoa. Que minha vida na verdade é excelente. Nunca pensei que poderia dar tanta felicidade para alguém com tão pouco. Parando para pensar, não sei quem realmente recebeu ajuda nessa história, se ele – com os 20 reais – ou eu, que aprendi a valorizar mais minha vida. A frustração, o desespero, a falta de concentração e a ansiedade todas sumiram. Os mesquinhos podem dizer que foi efeito da caminhada e do café. Eu teimo em dizer que a risada aberta e franca de um desconhecido foi o motivo verdadeiro da minha cura, porque foi muito além das minhas células, tocou minha alma. É a vantagem de quando se pratica o bem sem interesse. E você o que pensa?

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